Obras atrasam e às vezes sequer dão início!!!

Publicado em   27/mar/2013
por  Caio Hostilio

zeccincoNo artigo “Refinaria Premium I: Os discursos politiqueiros canalhas e as matérias safadas!!!”, falei sobre o atraso das obras da transposição do Rio São Francisco, que o próprio governo federal diz ser uma de suas principais prioridades e que deveria ter sido concluída no final do ano passado, cujo projeto prever a distribuição de água para quase 12 milhões de pessoas em 390 municípios do Nordeste do país e que o valor da obra custaria, inicialmente, quase R$ 4 bilhões. Hoje o valor estimado supera R$ 8 bilhões.

Mas a politicalha sempre fala mais alta, porém os politiqueiros se esquecem rapidamente de suas frustrações, que levaram muitos a apostar tudo que possuíam numa promessa de um grande investimento, que sequer teve início!!!

Quem não se lembra do ex-governador José Reinaldo em Shangai? Esqueceram? Ele esteve lá para tratar com os chineses sobre os investimentos da Boasteel no complexo portuário do Itaqui.

Shangai fica na China e é onde se encontra a sede da Boaesteel, que investiria mais de 1,2 bilhões de dólares no Maranhão para a construção do mais moderno pólo siderúrgico do mundo que começaria a ser implantado de imediato para produzir 4 milhões de toneladas anuais de placas de aço a partir de 2007. Cadê esses investimentos?

O engraçado em tudo isso é que Jose Reinaldo tinha outro discurso!!! Ele disse aos chineses que o Maranhão estava pronto para operar uma profunda transformação econômica, a partir da infra-estrutura que construiu nas últimas décadas. Alertou para oportunidades que podiam ser abraçadas de imediato pelos chineses, a partir do aproveitamento das ferrovias (Norte/Sul do Sarney), da energia elétrica (Boa Esperança do Sarney) e do porto do Itaqui (Obra do Sarney), como já faz o Boaesteel. Incrível como naquela época ele não mentia!!!

Pois não é que Jose Reinaldo esteve com o presidente Lula na China tratando exatamente desse negócio entre os dois países?

Mas o que deu errado em tudo? Os politiqueiros poderiam explicar? Explicar os porquês dos chineses ter desistido, mesmo tento o apoio do presidente Lula? Explicar como ficaram os que apostaram nesse investimento que sequer iniciou uma obra?

O certo é que o presidente mundial da chinesa Baosteel, Xu Lejiang, anunciou adiar por tempo indeterminado a construção de uma usina de placas de aço no Maranhão, envolvendo US$ 2,4 bilhões, pegou de surpresa o governo do Estado. “Isso é novidade para nós”, disse Ronaldo Braga, secretário estadual de Indústria, Comércio e Turismo, na época.

Braga é o representante do governador José Reinaldo Tavares (PTB) nas negociações do projeto, que envolvem ainda o grupo europeu Arcelor e Vale do Rio Doce.

A Vale, na época, preferiu não se manifestar sobre a notícia, conforme sua assessoria de imprensa. Já Braga, ainda sob o impacto da informação, adiantou ao Valor que no dia 27 de outubro houve reunião no Rio entre representantes dos investidores – Vale, Arcelor e Baosteel – e do governo maranhense para continuar negociando soluções para os entraves ao projeto, como a construção de um porto para a usina e a cessão do terreno onde deveria ser instalada. Segundo seu relato, nesse encontro não houve qualquer menção da Baosteel sobre um possível adiamento da obra.

A questão do terreno foi mencionada pelo presidente da Baosteel como um dos entraves do negócio. “Tivemos algumas dificuldades em termos de aquisição de terrenos, certificações ambientais e impostos”, disse Xu em Xangai, segundo a Reuters. A questão ambiental, outro item, só seria resolvida após os investidores tomarem posse do terreno, informou Braga.

O secretário explicou que a Câmara só irá modificar o zoneamento para mil hectares, que integram uma área de 4.200 hectares onde inicialmente se imaginava instalar três siderúrgicas aptas a fabricar até 22,5 milhões de toneladas de placas ao ano, formando um pólo. Dos três projetos, com investimento total estimado em US$ 11,4 bilhões, apenas o da Baosteel evoluiu, mas não saiu do papel. A coreana Posco, que há um ano assinou um memorando de entendimento com a Vale para outra usina, optou por investir na India. O terceiro parceiro nunca apareceu.

A notícia não impactou o mercado, que já esperava por isso, devido ao excesso de oferta de aço no mundo por conta da China, que deve produzir 343 milhões de toneladas este ano. Para Pedro Galdi, analista de mineração, se um projeto desse porte ainda não foi iniciado, os investidores vão agora agir com cautela e engavetá-lo esperando o mercado se equilibrar.

Agora vale a pena ler a matéria “China suspende usina de US$ 2,4 bi no MA”, da Folha de São Paulo, que diz:

O Pólo Siderúrgico do Maranhão, que atrairia investimentos de US$ 10 bilhões, corre o risco de não sair do papel. A valorização do real, o atraso na aprovação da “MP do Bem”, conflitos no licenciamento ambiental das usinas, a disputa política em torno da regularização do terreno e a super-oferta de aço no mundo conspiram contra o projeto.

A chinesa Baosteel anunciou anteontem o adiamento do investimento de US$ 2,4 bilhões que faria em conjunto com a brasileira Vale do Rio Doce e a européia Arcelor no pólo do Maranhão. “Tivemos algumas dificuldades em termos de aquisição de terrenos, certificações ambientais e impostos”, afirmou o presidente mundial da Baosteel, Xu Lejiang, de acordo com a agência Reuters, sem definir novos prazos.

O governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PTB), disse que os investimentos não começarão neste ano e, talvez, nem em 2006, o último de seu mandato.

“O Brasil perdeu a época de grande euforia mundial com o mercado do aço”, declarou Tavares à Folha. Segundo o governador, o atraso decorre de questões “conjunturais”, que podem ser superadas em 2006 ou perdurar por mais três a cinco anos. A mais grave, em sua opinião, é a excessiva valorização do real em relação ao dólar, que aumenta o valor dos investimentos externos e reduz a rentabilidade dos exportadores.

  Publicado em: Governo

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