Preso ligado ao MBL viralizou romance entre Marielle e Marcinho VP, criticou Bolsonaro e se arrependeu de apoio ao impeachment de Dilma

Publicado em   10/jul/2020
por  Caio Hostilio

O empresário ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) Carlos Augusto de Moraes Afonso, preso hoje por suspeita de lavar dinheiro, foi o responsável por viralizar uma fake news que acusava Marielle Franco de ter mantido um relacionamento com o traficante Marcinho VP e com a facção criminosa Comando Vermelho.

Afonso é conhecido na internet como Luciano Ayan, pseudônimo que criou para evitar a relação de sua identidade com seu ativismo político, que ficou notório quando o MBL compartilhou uma matéria falsa sobre Marielle escrita pelo site Ceticismo Político, criado por Ayan em 2017.

No dia seguinte ao crime, ocorrido em 14 de março de 2018, os primeiros boatos sobre Marielle começaram a se espalhar no WhatsApp, segundo dados colhidos na época pelo Labic (Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura), da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

Mas foi apenas na sexta-feira, dois dias depois do assassinato, que surgiram os primeiros boatos no Twitter relacionando Marielle ao traficante.

Uma das pessoas a replicar a mentira foi a desembargadora Marília de Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, que mais tarde admitiu ter se precipitado.

O site Ceticismo Político se apropriou dos tuítes e das declarações da desembargadora para publicar uma reportagem falsa sob o título “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é ‘cadáver comum'”.

O link do texto foi compartilhado por Ayan e depois replicado pelo MBL.

Ayan ganhou notoriedade a partir da segunda eleição da então presidente Dilma Rousseff (PT), quando encampou a campanha pelo impeachment da petista, entre 2015 e 2016.

Com a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência e seu racha com o MBL, Ayan seguiu a orientação política do movimento conservador e passou a criticar o capitão reformado. Em janeiro, por exemplo, disse que se arrependeu de ter apoiado o impeachment de Dilma.

“Se fosse para que a direita, que os tirou, ficasse se ajoelhando para bolsolavistas —salvo exceções, claro—, era melhor que ela terminasse o governo e a coisa fosse resolvida nas urnas”, escreveu em suas redes sociais.

Informações da UOL

  Publicado em: Política

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