O braço direito da corrupção!!! Bancos servem a oligarcas, traficantes e terroristas em explosão de lavagem de dinheiro

Publicado em   21/set/2020
por  Caio Hostilio

US$ 2 trilhões em operações suspeitas envolveram redes criminosas mundiais. Megainvestigação internacional do ICIJ mostra conforme abaixo:

Documentos mostram que bancos movimentaram mais de US$ 2 trilhões em operações suspeitas que podem ter ajudado redes internacionais de crimesmontagem: ICIJ

Um vazamento de documentos secretos do governo dos Estados Unidos revela que o JPMorgan Chase, o HSBC e outros grandes bancos desafiaram as medidas legais contra a lavagem de dinheiro e movimentaram quantias ilícitas espantosas para redes criminosas e personagens sombrios que espalharam o caos e minaram a democracia em todo o mundo.

Os registros mostram que 5 bancos globais – JPMorgan, HSBC, Standard Chartered BankDeutsche Bank e Bank of New York Mellon – continuaram lucrando com clientes poderosos e perigosos mesmo depois que as autoridades norte-americanas multaram essas instituições financeiras por falhas anteriores em conter os fluxos de dinheiro sujo.

As agências norte-americanas responsáveis pelo combate à lavagem de dinheiro raramente processam megabancos infratores. As medidas que as autoridades tomam quase não afetam a enxurrada de dinheiro ilegal que se espalha pelo sistema financeiro internacional.

Em alguns casos, os bancos continuaram movimentando fundos ilícitos mesmo depois que autoridades americanas os advertiram que enfrentariam processos criminais se não parassem de fazer negócios com mafiosos, fraudadores ou regimes corruptos.

O JPMorgan, maior banco com sede nos Estados Unidos, movimentou dinheiro para pessoas e empresas vinculadas à pilhagem maciça de dinheiro público na Malásia, Venezuela e Ucrânia, revelam os documentos vazados.

O banco ajudou a transferir mais de US$ 1 bilhão para o financista fugitivo por trás do escândalo do fundo de investimento estatal 1MDB da Malásia, segundo os registros, e mais de US$ 2 milhões para dois jovens magnatas da energia. Uma empresa da dupla foi acusada de enganar o governo da Venezuela e ajudar a causar apagões elétricos que afetaram grandes áreas do país.

O JPMorgan também processou mais de US$ 50 milhões em pagamentos ao longo de uma década, mostram os registros, para Paul Manafort, o ex-diretor da campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

O ex-assessor de Trump Paul Manafort foi capa em todos os jornais dos EUA ao ser preso em 2017. Na imagem acima, notícia durante seu julgamento em 2019  |reprodução Politico], o banco movimentou pelo menos US$ 6,5 milhões em transações de Manafort nos 14 meses após sua renúncia da campanha, em meio a uma onda de denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção decorrentes de seu trabalho com 1 partido político pró-russo na Ucrânia.

As transações ilegais continuaram crescendo por meio de contas no JPMorgan, apesar das promessas do banco de aperfeiçoar seus controles contra lavagem de dinheiro como parte dos acordos feitos com as autoridades americanas em 20112013 e 2014.

O JPMorgan declarou que estava legalmente proibido de responder a perguntas sobre transações ou clientes. O banco disse que assumiu 1 “papel de liderança” a favor de “investigações proativas orientadas por inteligência” e no desenvolvimento de “técnicas inovadoras para ajudar a combater o crime financeiro“.

O HSBC, o Standard Chartered Bank, o Deutsche Bank e o Bank of New York Mellon também continuaram a efetuar pagamentos suspeitos, apesar de promessas semelhantes às autoridades governamentais, revelam os documentos secretos.

A documentação à qual Poder360 teve acesso foi obtida pelo BuzzFeed nos Estados Unidos e compartilhada pelo ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists, ou Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), por meio do projeto chamado FinCen Files (Arquivos FinCen), a sigla em inglês de Financial Crimes Enforcement Network, 1 braço do Departamento do Tesouro dos EUA (o Tesouro norte-americano é equivalente ao Ministério da Economia no Brasil).

 

Criada em 1990, a FinCen é uma espécie de Pentágono que atua contra lavagem de dinheiro, terrorismo e outros tipos de crimes financeiros. No Brasil, o organismo equivalente seria o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), só que a FinCen tem muito mais poder.

O ICIJ é uma instituição jornalística sem fins lucrativos baseada em Washington D.C. que revelou grandes escândalos internacionais como o Panama Papers e o SwissLeaks.  O projeto FinCen Files envolve mais de 400 jornalistas de 88 países e 110 meios de comunicação. Analisou operações como valor total pouco acima de UDS$ 2 trilhões. No Brasil, a investigação ficou sob responsabilidade de 3 veículos de comunicação: este jornal digital Poder360, a revista Piauí e a revista Época (do grupo Globo).

Poder360 é parceiro do ICIJ por meio do jornalista Fernando Rodrigues, que é integrante do consórcio há 20 anos.

Os documentos identificam pelo menos US$ 2 trilhões em transações entre 1999 e 2017 que foram sinalizadas por executivos de “compliance”  de instituições financeiras como possível lavagem de dinheiro ou outra atividade criminosa – incluindo US$ 514 bilhões no JPMorgan e US$ 1,3 trilhão no Deutsche Bank, como constatou uma análise do ICJI. Os relatórios de atividades suspeitas refletem as preocupações dos fiscais dos bancos e não são necessariamente evidências de qualquer conduta criminosa ou irregular.

Os US$ 2 trilhões equivalem ao PIB (Produto Interno Bruto) da Itália, a oitava economia do mundo. O montante é superior à à soma de todas as riquezas produzidas pelo Brasil no ano passado, de US$ 1,8 trilhões. Com essa montanha de dinheiro, daria para comprar a Apple e ainda sobraria troco para levar o Netflix.

 

Embora seja uma quantia enorme, os US$ 2 trilhões em transações suspeitas identificadas nesse conjunto de documentos são apenas uma gota em um ocenano de dinheiro sujo que jorra por bancos do mundo todo. Os Arquivos FinCen representam menos de 0,02% dos mais de 12 milhões de relatórios de atividades suspeitas que as instituições financeiras protocolaram entre 2011 e 2017.

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  Publicado em: Política

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